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VOCÊ SABE O SIGNIFICADO DE TUDO O QUE FALA?

  • Foto do escritor: Jornal A Sístole
    Jornal A Sístole
  • 24 de jun. de 2021
  • 5 min de leitura

Dicionário de termos para retirar do seu vocabulário!


por Cíntia Reis e Julia Rocco


Ao longo dos anos, diversas mudanças culturais e sociais ocorrem em uma sociedade, fazendo com que novos hábitos surjam e outros deixem de ser praticados. Isso ocorre pela necessidade de se adequar à nova realidade do momento. Com as palavras, ocorre o mesmo, pois é por meio delas que nos expressamos e nos comunicamos. Dessa forma, é importante ressaltar que muitos termos que empregamos e que parecem adequados podem possuir um conteúdo preconceituoso, mas por estarem tão enraizados no nosso cotidiano, é difícil perceber que eles não são mais corretos e, portanto, não devem mais ser utilizados. Assim, separamos diversos termos, como palavras, verbos, expressões e frases para você, nosso leitor, retirar do seu vocabulário!


TERMOS MACHISTAS

Segundo o dicionário Aurélio, o machismo é definido como “opinião ou atitudes que discriminam ou recusam a ideia de igualdade dos direitos entre homens e mulheres”, refletindo na opressão das mulheres de diversas formas. Assim, trata-se de um pensamento cultural que está presente em diferentes esferas, como no âmbito familiar, político, meios de comunicação entre outros.

  • “Ela sabe cozinhar, já pode até casar”

  • “Mulher rodada”

  • “Você deve estar naqueles dias”

  • “Gostar de esportes é coisa de homem”

  • “Se eu tivesse dinheiro, você sairia comigo”

  • “Mulher tem que se dar o respeito”

  • “Mal-amada”

  • “Como uma mulher bonita como você está solteira?”


TERMOS RACISTAS

Segundo a Lei 7716 art 20, “racismo consiste em praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. É importante salientar que o racismo está intimamente arraigado na história do nosso país, o qual se estruturou utilizando a mão de obra escrava de pessoas negras, na sua grande maioria, e indígenas. Logo, durante séculos, tudo o que se relacionava com a população negra era considerado inferior ou de menos valia. Vale lembrar que o racismo é crime.

  • Índio: é um termo que generaliza os povos indígenas sem reconhecer a pluralidade desses povos e etnias, além de conter um teor folclórico equivocado e, ainda, reforça estereótipos que remetem à época da colonização brasileira -> substituir por “indígena”

  • “Japa”/“china”/“xing ling”: são tratamentos pejorativos para designar os indivíduos de origem asiática. -> não devem ser usados!

  • Verbo denegrir: tem como sentido tornar negro/ escuro. Logo, gera um caráter negativo ao ser usada, pois associa a cor negra a coisas ruins -> substituir por difamar, caluniar.

  • Verbo judiar: formada pelo verbo “judeu” + sufixo iar, tem como sentido “maltratar como os judeus foram maltratados” -> substitui por escarnecer, maltratar.

  • Expressões como: criado-mudo (este nome refere-se ao escravo que ficava a noite toda em pé ao lado da cama segurando a água e para os seus "donos" em silêncio - substituir por mesinha de cabeceira); feito nas coxas (na época da escravidão, os escravos faziam as telhas com o formato das suas coxas, o que fazia com que cada telha tivesse um tamanho diferente, o que passou a ser associado à coisa mal feita); inveja branca, ovelha negra, humor negro, lista negra, a coisa “tá” preta…-> não devem ser usadas!

  • Programa de índio: essa expressão denota que determinado evento não correu como planejado ou não foi agradável. Assim, esse termo carregado de estereótipos traz uma ideia de inferioridade do povo indígena -> substituir por evento chato, desagradável.

  • Cor do pecado: associa a cor negra da pele a algo pecaminoso, sexualizado -> não deve ser usado!

TERMOS CAPACITISTAS

Capacitismo é a discriminação devido a qualquer condição de deficiência, em que pessoas são vistas como incapazes e tratadas de forma diferente e inferior. Ainda, é válido pontuar que a forma correta de se referir a esse grupo é “Pessoa com deficiência (PcD)”, não devendo usar termos como “pessoa com necessidade especial” e tampouco “pessoa portadora de deficiência”.

  • Vou fingir demência”: é uma forma de usar uma deficiência de forma pejorativa e fora de seu contexto -> substituir por “vou fingir que não entendi”

  • “Que mancada!”: -> substituir por “que vacilo!”

  • “Você tá surdo?”: -> substituir por “você está prestando atenção!?”

  • “Retardado (a)”: -> não deve ser usado!

  • Mais perdido que cego em tiroteio -> não deve ser usado


TERNOS LGBTQIA+FÓBICOS

LGBTQIA+fobia: é a aversão, medo, ódio, preconceito contra as pessoas que englobam a sigla, como homossexuais, lésbicas e transexuais.

A sigla LGBTQIA+ (L: lésbicas; G: gays; B: bissexuais; T: pessoas trans; Q: queer, questionadores de gênero; I: intersexo; A: assexuais; +: demais identidades sexuais, de gênero e corporalidade) representa um movimento que defende a inclusão e os direitos de pessoas de diferentes orientações sexuais e identidades de gênero. Dessa forma, cabe a diferenciação de alguns conceitos:

Sexo biológico: está relacionado às características anatômicas, isto é, o aparelho reprodutor, os hormônios e o cariótipo. Entretanto, a classificação em homem/masculino e mulher/feminino a partir desses aspectos não engloba as pessoas intersexo, caracterizadas por variações desses elementos biológicos.

Identidade de gênero: refere-se à forma que a pessoa se reconhece, se sente e se apresenta, independente de seu sexo biológico. Com isso, podemos classificar em Cis, quando a identidade de gênero é a mesma de seu sexo biológico ou em Trans, quando forem diferentes. Ainda, temos as pessoas não binárias e os estados de fluidez de gênero.

Orientação sexual: define a atração sexual que aquela pessoa sente, ou seja, com quem ela deseja se relacionar. Assim, temos os termos: heterossexual, homossexual, bissexual, panssexual, assexual… É importante ressaltar que o termo “opção sexual” é incorreto e não deve ser usado, visto que não se trata de uma escolha da pessoa.

Papel de gênero/expressão de gênero: são os comportamentos e ações pré-determinados para aquela pessoa, tendo como base apenas o seu sexo biológico, sendo, portanto, uma construção social e cultural baseada na criação binária de gênero (ex. meninos usam azul e meninas rosa).


  • Traveco: o sufixo -eco normalmente indica inferioridade, sendo assim, um termo que desrespeita as pessoas travesti -> substituir por “travesti”

  • Tudo bem ser gay, mas não precisa ficar dando pinta"

  • “Nossa que desperdício”

  • Perguntar a uma pessoa trans se ela já operou

  • “Nossa você é tão lindo (a), nem parece que é trans”

  • Perguntar para um casal de lésbicas quem é o homem da relação

  • “Só é lésbica porque ainda não encontrou o homem certo”

  • “Bissexual é só uma pessoa indecisa”

  • “Não quero que meu filho assista um casal de gays na novela porque vai influenciar ele a virar gay também!”


TERMOS GORDOFÓBICOS

A gordofobia é o preconceito contra pessoas gordas, levando à desvalorização, exclusão e/ ou intolerância contra elas. Tal temática muito se relaciona aos padrões de beleza impostos pela sociedade, em que o corpo dito “perfeito” está associado à magreza.

  • Gordice: é um termo usado para se referir a alimentos mais calóricos e considerados menos saudáveis, o que acaba por reforçar um estereótipo de que pessoas gordas apenas comem esse tipo de comida e/ou em grande quantidade, além de muitas vezes vir acompanhado da sensação de ser uma ação “errada” por estar “saindo da dieta”, sendo até mesmo pejorativo -> substituir por “comida gostosa, calórica”

  • Fofinha, cheinha: eufemismo usado erroneamente como forma de tentar suavizar o uso da palavra “gorda” -> substituir por “gordo (a)”

  • Olho gordo: indica que alguém tem inveja de algo, porém vem atrelado a um viés gordofóbico, de que pessoas gordas sempre querem mais, pois são insaciáveis -> substituir por “inveja”

  • “Você não acha que está muito gordo (a) para usar essa roupa?”

  • “Ele (a) é preguiçoso (a), isso é falta de vontade”

  • “Você não é gordo (a), é você é lindo (a)!”

  • “Fulano (a) ficou lindo (a) depois que emagreceu”

  • “Você é lindo (a) de rosto”


Referências:

Perfil do Instagram: Dicionário consciente

 
 
 

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