Você Conhece?: LIVRES PARA MENSTRUAR E O COMBATE À POBREZA MENSTRUAL
- Jornal A Sístole
- 31 de ago. de 2021
- 3 min de leitura

Mediado por Karine M Corrêa
Convidada: Luiza Rangel
O QUE É POBREZA MENSTRUAL?
A pobreza menstrual se refere à falta de acesso a recursos, infraestrutura e conhecimento para que meninas, mulheres, homens trans e pessoas não binárias que menstruam possam cuidar de sua menstruação. Muitas enfrentam a falta de produtos de higiene no período menstrual (incluindo absorventes) e de estruturas sanitárias como água e saneamento.
Pensando em números, uma em cada dez meninas no mundo deixam de ir à escola quando estão menstruadas. Além disso, um levantamento feito no Brasil aponta que problemas menstruais foram causa de 22 mil meninas deixarem de trabalhar, ir à escola, brincar ou realizar afazeres domésticos.

Fonte: CNN Brasil, 2021.
De acordo com a UNICEF e o UNFPA (2021)
Quando não há acesso adequado aos produtos de higiene menstrual, é amplamente reportado por diversas pesquisas em várias regiões do mundo que meninas e mulheres fazem uso de soluções improvisadas para conter o sangramento menstrual com pedaços de pano usados, roupas velhas, jornal e até miolo de pão.
Compreendendo a importância da dignidade menstrual, convidamos Luiza Rangel, integrante do grupo Além dos Muros que desenvolve atividades de combate à pobreza menstrual em Macaé.
ALÉM DOS MUROS
“A campanha ‘Livres para Menstruar’ surgiu como uma iniciativa do Girl Up, uma organização financiada pela Organização das Nações Unidas (ONU) que treina, inspira e conecta meninas para que sejam ativistas pela igualdade de gênero. O objetivo da campanha é tornar produtos de higiene menstrual acessíveis em todo o Brasil. O grupo Além dos Muros representa o único polo da campanha no município de Macaé e consiste em um grupo de jovens que promovem ações e debates sociais.
A campanha foi pensada em três etapas: primeiramente, discutir e informar sobre o tema pobreza menstrual. Em seguida, arrecadar absorventes para macaenses em situação de pobreza menstrual e, enfim, avançar o projeto de lei no município sobre a entrega de absorventes gratuitos pelo governo. No que tange à arrecadação, o projeto distribuiu caixas para doação em 33 pontos de coleta na cidade e arrecadou cerca de 23 mil unidades de absorventes. As doações foram feitas para 10 instituições selecionadas, de acordo com a demanda de cada organização, sendo doado cerca de 90 absorventes por pessoa.
A última etapa da campanha foi pensada a partir da iniciativa de trazer o tema da pobreza menstrual em debate e buscar uma conscientização coletiva sobre esse. Para esse objetivo, tivemos o apoio da vereadora Izabella Vicente, que fez parte da construção do Programa de Promoção da Dignidade Menstrual no Município de Macaé, que tem como propósito garantir dignidade menstrual para pessoas com baixo acesso a itens de higiene, através da distribuição de absorventes em escolas e postos de saúde. A lei foi sancionada e estamos aguardando sua aplicação prática.
Nós sabemos que a dignidade menstrual é um direito básico e sabemos que juntas podemos tornar isso real. Você também pode fazer parte disso: nos ajude a pressionar o executivo para que a lei seja colocada em prática, discuta sobre o tema e se voluntarie nas próximas campanhas. Quando uma mulher progride, nós todos progredimos.”
REFERÊNCIAS
Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos. [S. l.], 5 maio 2021. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/media/14456/file/dignidade-menstrual_relatorio-unicef-unfpa_maio2021.pdf. Acesso em: 27 ago. 2021.
NEUMAM, Camila. Pobreza menstrual: Conheça o problema que leva brasileiras a deixarem de estudar. CNN Brasil, 19 jun. 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/pobreza-menstrual-conheca-o-problema-que-leva-brasileiras-a-deixarem-de-estudar/. Acesso em: 27 ago. 2021.
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