RELATOS PESSOAIS: O PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA EXTERNA PARA O CURSO DE MEDICINA DA UFRJ-MACAÉ
- Jornal A Sístole
- 26 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
Mediado por Cíntia Reis
- Com Lucas Albernaz
Lucas Albernaz atualmente cursa o 7º período de medicina na UFRJ-Macaé e foi convidado para participar desse quadro, pois passou pela experiência da transferência externa e por ser um graduando bem ativo. Ele é líder do Dunamis Pockets Macaé; bolsista do PET- Interprofissionalidade; diretor de práticas médicas da LATEM e aluno do projeto de Iniciação Cientifica: “Impacto sobre a função renal de ratas Wistar submetidas ao tratamento prolongado com contraceptivos injetáveis combinados”.
“Meu nome é Lucas Albernaz, sou nascido e criado em Campos dos Goytacazes, interior do RJ. Vou contar um pouco da minha história até aqui. Eu cursava medicina na Faculdade de Medicina de Campos (FMC) e estava no 5º período quando decidi tentar uma das 6 vagas da transferência externa para UFRJ campus Macaé em 2018. Sem dúvidas, algumas das coisas que mais influenciaram minha decisão foram: o fator financeiro e as oportunidades acadêmicas que eu teria ao estudar numa instituição de ensino como a UFRJ. Contudo, deixar de pagar cerca de 8 mil reais de mensalidade e passar a estudar numa universidade federal era apenas um desejo distante para não dizer quase esquecido. No início daquele ano, eu havia tentado a transferência para a UFF e não obtive êxito, por isso quando me inscrevi para tentar minha vaga na UFRJ eu não possuía grandes expectativas.
Lembro-me que a prova estava marcada para o fim do meu semestre, após todas as minhas provas. Eu estava exausto e sobrecarregado com o volume de matéria que tinha estudado e, também, como não queria passar por mais uma frustração de tentar uma transferência, eu desisti de fazer a prova um dia antes. Mas, pela insistência da minha prima, eu repensei e decidi fazer a prova. Ainda bem! Sim, eu fui apenas com o conhecimento adquirido durante meus cinco semestres na FMC, não me preparei especificamente para aquela prova, que não estava nada fácil, diga-se de passagem. Pessoalmente, isso só me fez entender, mais uma vez, que os propósitos de Deus são bem maiores do que minha capacidade de compreendê-los.
Pois bem, descobri que eu tinha passado e não consegui acreditar, rolei a lista dos resultados para cima e para baixo inúmeras vezes na tentativa de achar algum erro, mas não havia. Eu estava dentro. Mas como nem tudo são flores, eu descobri que eu precisaria voltar dois semestres porque não tinha horas suficientes para completar a carga horária de Saúde da Comunidade III. No primeiro momento bateu certo arrependimento, porém com o tempo fui ponderando e entendendo melhor a grande oportunidade que eu estava recebendo. Hoje nem tudo é fantástico, tenho boas lembranças e saudades da minha antiga faculdade e de amigos que ficaram lá, mas não me arrependo um segundo do lugar onde estou hoje. Meu novo lar!
A mensagem que deixo para alguém que por ventura desejar tentar uma vaga de transferência externa para uma universidade pública é: dedique-se e insista! Afinal, nós não sabemos quando será nossa vez. Talvez seja a sua como foi a minha.”
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