PRODUÇÕES CIENTÍFICAS NO CAMPUS MACAÉ: A ARTE E O ESTUDANTE DE MEDICINA
- Jornal A Sístole
- 25 de ago. de 2020
- 4 min de leitura
Experiências antes e durante o isolamento social
Autoras: Rachel Gomes Boechat de Oliveira, Brendha Leandro dos Santos, Gabriela Granieri de Oliveira Aidar, Victoria Luiza Pacini, Marília Nabuco Leva Ferreira de Freitas
O artigo intitulado “A arte e o estudante de medicina: experiências antes e durante o isolamento social” relata as atividade do projeto de extensão “Arte na Veia UFRJ” no período prévio e no decorrer do distanciamento obrigatório devido à pandemia do SARS-CoV-2.
Antes da Pandemia, as atividades realizadas pelo projeto de extensão eram: Clube do Livro, Cinedebate, Intervenções Artísticas Temporárias e Reuniões Semanais dependentes da disponibilidade das alunas. Entretanto, com o advento do coronavírus, o grupo Arte na Veia UFRJ teve a necessidade de se reinventar para que as atividades permanecessem ocorrendo mesmo diante desse novo impasse: o isolamento social. A partir disso, o grupo começou a utilizar plataformas digitais de encontros, como o Zoom, na tentativa de atingir novas pessoas e continuar os encontros.
No artigo, as autoras relatam sobre a Intervenção Artística Temporária intitulada "(Re)pare" em que fragmentos do livro “Ensaio Sobre a Cegueira” de José Saramago foram pintados em diferentes perspectivas e também no Sistema Braille não tátil na escadaria do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Assim, os passantes eram provocados a exercer a empatia ao encarar a dificuldade de decifrar o código em uma primeira análise.
Além disso, também é abordado no artigo as novas ferramentas digitais que permitiram uma disseminação da arte de uma forma alternativa. Para isso, é ressaltado o Instagram como a rede social em que as extensionistas produziam conteúdo relacionando 7 artes: música, dança, pintura, arquitetura, escultura, poesia e cinema. Cada dia da semana correspondia a uma publicação de um tipo de arte. Ademais, era decidido pelo grupo um tema central em que as postagens seriam relacionadas semanalmente. Como exemplo, na semana do dia primeiro de Maio, Dia do Trabalhador, o tema escolhido pela equipe foi: A Arte e o Trabalhador e, assim, no dia da pintura foram selecionadas obras do ilustre artista plástico brasileiro Cândido Portinari.
O Clube do Livro é um evento mensal de discussão em grupo sobre livros. O grupo decide previamente a escolha do livro e divulga na página do Instagram para disseminar essa informação, para que mais gente participe. A primeira escolha, após o cenário de pandemia, foi o livro “A Peste” de Albert Camus. Esse virou best-seller no auge da pandemia por se referir a uma epidemia em uma pequena cidade da França e, consequentemente, gerar o processo de identificação entre leitores e obra. As reuniões foram realizadas através de plataformas digitais para reuniões e as alunas produziram slides referentes ao livro para guiar a discussão.
Em relação às outras atividades promovidas pelo grupo, a equipe Arte na Veia UFRJ, em parceria com a Livraria Largo das Letras em Santa Teresa no Rio de janeiro, proporcionou um Cinedebate sobre o filme “Corra” dirigido por Jordan Peele para promover o pensamento crítico entre os participantes e o público em geral sobre as questões raciais abordadas pelo filme. Nesse evento, a escritora e professora negra Simone Ricco conduziu a conversa sobre o filme, referenciando cenas com eventos históricos sobre as questões raciais nos EUA e abordando olhares diferentes acerca do longa-metragem.
Nas primeiras semanas de isolamento social, em uma reunião virtual, foi discutida a importância que o olhar ganharia num futuro próximo, em consequência do uso em massa de máscaras por medidas de higiene. Surgiu, então, a ideia de que os membros do grupo tirassem uma foto usando máscara. Através de edição digital, parte do logotipo do grupo foi inserida como estampa das máscaras. Unindo as imagens foi feita uma montagem e, para acompanhá-la, elaborou-se um poema em coletivo. Cada membro, a partir do seu dispositivo eletrônico, utilizando de uma plataforma de criação de texto compartilhada, pôde acrescentar um ou mais versos. Após a produção da imagem com as integrantes do grupo e do poema coletivo, cartazes foram impressos e colados nas paredes do Hospital Universitário Clementino Fraga como uma tentativa de ressignificar o ambiente que pertencia, naquele momento, a um cenário incomum relacionado à nova doença.
Entre tantas atividades, é pautado a relevância de relacionar a educação médica com conhecimentos artísticos, justamente para melhorar a qualidade de vida e a saúde mental dos estudantes. Portanto, a arte associada com a saúde pode transformar-se em um ambiente de possibilidade de experimentar a criatividade, de participar de trocas sociais e de ter acesso às experiências culturais.
Como alunas, sentimos muita leveza após cada reunião e nos traz muita felicidade concretizar nossos projetos. Se você ficou interessado nessas atividades, siga a nossa página @artenaveiaufrj para saber sobre os nossos eventos. O Cinedebate e o Clube do Livro são eventos abertos e disponibilizamos o link da reunião previamente!
REFERÊNCIA:
DE OLIVEIRA, Rachel Gomes Boechat et al. A arte e o estudante de medicina: experiências antes e durante o isolamento social. DIVERSITATES International Journal, [S.l.], v. 12, n. 2, p. 48 - 69, jul. 2020. ISSN 1984-5073. Disponível em: <http://www.diversitates.uff.br/index.php/1diversitates-uff1/article/view/332>. Acesso em: 11 ago. 2020.
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