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PRESS RELEASE: VIVER COM HIV

  • Foto do escritor: Jornal A Sístole
    Jornal A Sístole
  • 1 de abr. de 2021
  • 4 min de leitura


Uma perspectiva para além dos preconceitos

Por Karine M Corrêa


Cazuza foi uma das primeiras personalidades brasileiras a anunciar publicamente que havia contraído o HIV, o vírus da imunodeficiência humana. Numa época em que a doença era uma sentença de morte e associada ao preconceito, a coragem de se assumir infectado foi de grande importância para o debate público sobre o tema. Pouco se sabia sobre o vírus quando o HIV foi identificado em 1981. Hoje se sabe que é uma doença transmitida principalmente pela via sexual, podendo acometer todas as pessoas, independente da sua idade, gênero ou orientação sexual, sendo o uso da camisinha uma das principais formas de prevenção.


Dados de 2019 apontam que, no Brasil, 866 mil pessoas vivem com HIV e, nesse mesmo ano, foram diagnosticados 41.909 casos novos da infecção. Diferente do que ocorria na década de 80, auge da epidemia do HIV, atualmente a expectativa de vida do indivíduo soropositivo em tratamento é quase equivalente à de uma pessoa não infectada. Isso ocorre porque o tratamento, disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é capaz de controlar a infecção. Assim, podemos afirmar que é uma doença tratável, embora ainda não haja cura.


Compreendendo que a infecção pelo HIV ainda é comum na população e que há muitos indivíduos convivendo com a doença, o Jornal A Sístole se propõe a romper alguns estigmas por meio da informação.



HIV É DIFERENTE DE AIDS

O HIV é um vírus que acomete as células do sistema imunológico e a progressão da infecção por esse vírus pode resultar na síndrome da imunodeficiência humana adquirida (AIDS). Quando o sistema imune do indivíduo é comprometido, diversos sintomas podem surgir, assim como outras doenças, configurando um quadro de AIDS. É uma forma grave da infecção, com potencial de levar ao óbito. Felizmente, nem todo indivíduo com HIV desenvolverá a AIDS. Por meio do tratamento adequado e do acompanhamento médico, é possível evitar a progressão da doença.



É POSSÍVEL VIVER COM O HIV E NÃO TRANSMITIR A DOENÇA

Quando as primeiras informações sobre o HIV foram difundidas, o medo se disseminou pela população. Acreditava-se que um simples aperto de mão era capaz de transmitir a doença, o que colaborou para a marginalização das pessoas que viviam com o vírus. Diversas campanhas foram feitas para combater o preconceito e informar sobre as formas de transmissão e prevenção do HIV, estabelecendo um papel importante na aceitação desses indivíduos.


Hoje, sabemos que a pessoa vivendo com o HIV que tem carga viral indetectável não transmite o vírus pela via sexual. Isso significa que aquele indivíduo que está fazendo o tratamento adequado não irá contaminar o seu parceir(o/a) com o HIV, desde que seja comprovado que não tem o vírus na corrente sanguínea há, pelo menos, 6 meses.


Além disso, para as pessoas que têm elevado risco de contrair o HIV, a profilaxia pré-exposição (PrEP) pode ser associada como medida preventiva. Nesse caso, com indicação e acompanhamento médico, o indivíduo faz uso de medicamento diário contra o vírus e está protegido em caso de exposição. Essa é uma boa alternativa para casais sorodiscordantes, ou seja, casais em que um tem o HIV e o outro não. Dessa forma, com o uso adequado e combinado das estratégias de prevenção do HIV, é possível viver com o vírus sem transmiti-lo.


Outro ponto importante na prevenção é o uso da profilaxia pós-exposição (PEP), que é uma estratégia empregada em até 72 horas após a exposição (confirmada ou suspeita) ao vírus do HIV. Pessoas que se beneficiam dessa alternativa são as vítimas de violência sexual e os profissionais da saúde que se acidentarem com material contaminado, por exemplo.



OS DIREITOS DA PESSOA COM HIV

No Brasil, é estabelecido que o indivíduo com HIV tem direito à assistência e ao tratamento, além do sigilo em relação ao seu estado de saúde. A lei nº 12.984, de 2014, também estabelece que a discriminação do portador do HIV e do doente com AIDS é crime, assegurando que essas pessoas não devem ser limitadas pela sua condição – seja no ambiente escolar, de trabalho ou hospitalar.


Apesar da legislação, ainda há muitos estigmas associados às pessoas que vivem com o HIV, tanto na população em geral, como em profissionais da saúde, que precisam ser combatidos. A principal forma de lutar contra o preconceito é por meio da informação.



REFERÊNCIAS

UNAIDS Brasil. Disponível em: https://unaids.org.br

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico de HIV/AIDS. Brasília, DF, 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. DIAHV atualiza informações sobre o conceito Indetectável = Intransmissível. 17 de Maio de 2019. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/noticias/diahv-atualiza-informacoes-sobre-o-conceito-indetectavel-intransmissivel

BRASIL. Lei nº 12.982, de 2 de Junho de 2014. Define o crime de discriminação dos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e doentes de AIDS. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12984.htm

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Cuidado integral às pessoas que vivem com HIV pela Atenção Básica: manual para a equipe multiprofissional. 2015.


 
 
 

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