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PRESS RELEASE: SETEMBRO AMARELO

  • Foto do escritor: Jornal A Sístole
    Jornal A Sístole
  • 3 de set. de 2020
  • 3 min de leitura


Por Débora Ribeiro Bastos

O “Setembro Amarelo” consiste em uma campanha nacional de conscientização sobre a prevenção do suicídio, criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida, Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria. Considerado um problema de saúde pública mundial, com mais de um milhão de casos no mundo, o suicídio é uma condição epidêmica em países como Canadá, Sri Lanka, Japão, Áustria, Finlândia e Suíça, principalmente entre adolescentes e adultos jovens. No Brasil, ocorrem cerca de dez mil casos por ano e, segundo a OMS, nove em cada dez casos de suicídio poderiam ser prevenidos.


Existem vários mitos populares sobre o suicídio que precisam ser desconstruídos; afirmações comuns como: “Quem diz que vai se matar não se mata”; “Quem tenta suicídio é por impulso”; “Fez para chamar atenção”; “É falta de Deus”; “Não tem como ajudar alguém que pensa em suicídio”; “Falar sobre suicídio estimula a tentar”. Diferentemente dessas crenças equivocadas, na realidade, quem diz que vai se matar tem, de fato, um maior risco de tentar suicídio, uma vez que esse ato é muitas vezes planejado e é feito com o intuito de cessar a dor psicológica profunda que a pessoa sofre. Esse sofrimento mental intenso necessita de intervenção especializada de profissionais de saúde mental qualificados.


Existem muitas formas de ajudar alguém que pensa em cometer suicídio, principalmente através do acolhimento e estabelecimento de uma linha de comunicação segura em que a pessoa possa pedir ajuda e ser aconselhada a buscar o tratamento apropriado, com o apoio de seus entes queridos e amigos. Entre as medidas que podem diminuir o risco de suicídio, encontram-se: maior contato com familiares e amigos, tratamento adequado de doença psiquiátrica, espiritualidade, fazer atividades prazerosas ou significativas e evitar uso de álcool e outras drogas.


São sinais de alertas:

  • Falta de esperança;

  • Visão negativa sobre si e o futuro;

  • Dizer que tem vontade de morrer, desaparecer, dormir e nunca mais acordar;

  • Isolamento;

  • Crises familiares, perda de emprego;

  • Doença debilitante, morte na família.

Como ajudar:

  • Mostre-se aberto a conversar e ouvir sem julgamentos;

  • Indique ligar para o 188 (CVV);

  • Fique em contato com a pessoa sob risco e atento aos sinais de alerta que ela possa apresentar;

  • Peça apoio da família e amigos próximos;

  • Oriente a procurar ajuda profissional e ofereça para acompanhá-la no atendimento;

  • Se identificar algum sinal de perigo, não deixe a pessoa sozinha e afaste meios que possam servir de instrumento para morte (arma, medicamento, lâminas, facas, produtos de limpeza, etc).

Onde buscar ajuda:

  • CAPS e Unidades Básicas de Saúde

  • UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro, Hospitais

  • Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita)

Atualmente, o acesso a dispositivos de saúde mental é difícil, precário e, em muitos casos, restrito a populações com maior poder aquisitivo. O Estado, no entanto, tem o dever de prover acesso amplo da sociedade a tratamento de qualidade para aqueles que o necessitem, sem discriminações de qualquer espécie. A ajuda profissional para o tratamento do indivíduo sob risco de suicídio mostra-se fundamental para preveni-lo e deve ser prioridade. Nesse sentido, é urgente melhorar o acesso da população aos dispositivos de saúde mental e ressignificar o papel do psiquiatra e psicólogo na sociedade, extirpando a visão estereotipada e estigmatizada de que quem procura esses profissionais são loucos, desequilibrados, disfuncionais, perigosos ou párias. Esse tipo de visão retrógrada e preconceituosa afasta as pessoas vulneráveis de procurar tratamento de forma precoce e evitar, assim, desfechos fatais.


O CVV - Centro de Valorização da Vida - atende voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e/ou chat, 24 horas todos os dias, de forma gratuita, através do número de telefone 188.

Para mais informações:

Bibliografia

  • Ministério da Saúde. Estratégia nacional de prevenção do suicídio: manual dirigido a profissionais das equipes de saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.

  • Meleiro AMAS, Teng CT. Fatores de risco de suicídio. In: Meleiro A, Teng CT, Wang YP, organizadores. Suicídio: estudos fundamentais. São Paulo: Segmento Farma Editores; 2004. p. 109-32.

  • Prieto D, Tavares M. Fatores de risco para suicídio e tentativa de suicídio: incidência, eventos estressores e transtornos mentais. J Bras Psiquiatr 2005; 54:146-54.

  • Botega NJ. Comportamento suicida: conhecer pra prevenir. São Paulo: Associação Brasileira de Psiquiatria; 2009.

 
 
 

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