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PRESS RELEASE: ENVELHECIMENTO ATIVO

  • Foto do escritor: Jornal A Sístole
    Jornal A Sístole
  • 11 de nov. de 2021
  • 3 min de leitura

Por Cíntia Reis e Karine Teotônio


Em 2018, a Organização Pan-americana, juntamente com a Organização Mundial da Saúde, divulgou que a população idosa no mundo, possivelmente, dobrará até 2050, indo de 12% para 22%, e que 80% dessa população viverá em países de baixa ou média renda. Assim, daqui há 30 anos, o Brasil já será considerado um país envelhecido, com aproximadamente 30% da sua população acima dos 60 anos. Tal fator é preocupante, visto que vivenciamos uma desigualdade social sem precedentes - dados do IBGE mostram que, em 2019, 24,7% da população se encontrava em situação de pobreza e 6,5% em extrema pobreza. Consequentemente, uma parcela alta de brasileiros chegará à velhice em situação de risco por não poder contar com recursos próprios para uma velhice segura, isso posto, caso o Estado ainda não esteja cumprindo o seu papel de gerar políticas públicas voltadas a essa população, afetando o envelhecimento ativo desses indivíduos.


O Professor Doutor Alexandre Kalache, referência na área, aponta que o envelhecimento ativo é um envelhecimento bem-sucedido, afetado tanto por influências precoces, por condições favoráveis na infância, quanto pela educação, renda, comportamentos de saúde, apoio social e religioso. Assim, o envelhecimento ativo tem como base os princípios de independência, participação, dignidade, assistência e autorrealização, estabelecidos pelas Nações Unidas e unido aos direitos humanos dos indivíduos mais velhos. Esses pontos podem ser compreendidos como pilares, os quais possibilitam uma velhice com muito mais qualidade. Dessa maneira, a independência permite aos idosos realizar atividades diárias por si só, tendo em mente que muitos familiares, ao quererem ajudar seu parente idoso, acabam por limitar a independência desse, algumas vezes sem real necessidade, pois o idoso encontra-se sem patologias que o afetem.


Ademais, a participação tem por objetivo garantir que o idoso seja ativo nas questões sociais, como a participação na política e em assuntos relacionados à comunidade onde está integrado. A dignidade, por sua vez, visa proporcionar à população idosa uma velhice digna, ou seja, que esses indivíduos tenham acesso à moradia, segurança, alimentação e saúde. O idoso também tem o direito de ser amparado pela sua família e pela sociedade, além do Estado. E, por fim, os longevos devem se sentir realizados, estarem sempre aprendendo coisas novas, com o intuito de manter ativo o seu propósito de vida. Desse modo, podemos inferir que esses pilares para um envelhecimento ativo devem ser a meta de todos, pois na falta de um ou mais poderão ocorrer mortes prematuras, aparecimento de doenças crônicas associadas à velhice, menor qualidade de vida nessa fase da vida, perda cultural pela ausência de vínculos geracionais e um maior gasto do Estado com assistência social e médica para os idosos.


Em suma, fica clara a necessidade e a urgência do desenvolvimento e aplicação de políticas públicas que visem a promoção de saúde e prevenção de doenças para os idosos e para um envelhecimento saudável da população como um todo. Não sendo válido o velho discurso de que é necessário muito dinheiro para realizar essas ações, pois é comprovado ser mais barato prevenir as doenças do que as tratar. Além disso, é imprescindível que os indivíduos se planejem e se preparem para a velhice, visto que ela é um processo. Ninguém envelhece ao acaso, ou seja, é importante se preparar econômica, social, emocional e fisicamente, cuidando da saúde desde cedo, com hábitos de vida saudáveis e prazerosos, para que a velhice seja uma extensão da infância e da vida adulta, e não uma etapa definida pela ausência da juventude e com patologias preveníveis.



Referências:


ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília: Organização Pan-Americana de Saúde, 2005.61p.


FOLHA informativa - Envelhecimento e saúde. OPAS/OMS Brasil, [S. l.], p. 1, 1 fev. 2018. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5661:folha-informativa-envelhecimento-e-saude&Itemid=820. Acesso em: 26 set. 2021.


SÍNTESE de Indicadores Sociais: em 2019, proporção de pobres cai para 24,7% e extrema pobreza se mantém em 6,5% da população. Agência IBGE Notícias. 14 nov. 2020. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/29431-sintese-de-indicadores-sociais-em-2019-proporcao-de-pobres-cai-para-24-7-e-extrema-pobreza-se-mantem-em-6-5-da-populacao#:~:text=Pr%C3%B3ximas%20divulga%C3%A7%C3%B5es-,S%C3%ADntese%20de%20Indicadores%20Sociais%3A%20em%202019%2C%20propor%C3%A7%C3%A3o%20de%20pobres%20cai,em%206%2C5%25%20da%20popula%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 26 set. 2021.


LAGG UFRJ Macaé. Desafios e reflexões para o cuidado do idoso na contemporaneidade: 2° Simpósio de Geriatria e Gerontologia da UFRJ-Macaé. Youtube, 5 dez 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UwJFS1nM1OY. Acesso em: 26 set 2021.


 
 
 

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