PRESS RELEASE: AROMATERAPIA NÃO É MODA, É SAÚDE
- Jornal A Sístole
- 20 de ago. de 2020
- 3 min de leitura

por Miguel Soares de Brito Júnior
Como nasceu? Há uma data exata?
A aromaterapia, que vem ganhando espaço em diversos tratamentos, seja no que tange às doenças comuns, seja com relação à ansiedade e ao estresse, é uma arte e uma ciência que se associa a práticas presentes na humanidade há mais de 2000 anos a.C. Considerada de grande relevância no tratamento de infecções e de diversos distúrbios do homem, ela consiste na promoção de saúde e bem-estar do corpo, da mente e das emoções por meio do aroma natural das plantas (através dos óleos essenciais).
Esses óleos são substâncias complexas, voláteis e com fragrâncias variáveis, oriundos de inúmeras partes de plantas, sendo produzidos principalmente pelas famílias Lauracea, Myrtaceae, Labiateae, Rutaceae, Umbeliferaceae, entre outras, e resultantes do metabolismo secundário das plantas aromáticas.
Miller (1991) revela a impossibilidade de datar a primeira extração por destilação de óleos essenciais, porém, destaca que o objetivo inicial era a obtenção do álcool de vinho, o “espírito” do mel fermentado. Destaca-se, ainda, que o conhecimento acerca das propriedades medicinais das plantas foi passado de geração a geração, inclusive dos gregos para os romanos milhares de anos atrás.
Durante as cruzadas, as funcionalidades dos óleos aromáticos e perfumes difundiram-se para o leste e Arábia. Contudo, sua primeira descrição foi no século XIII, em que terebintina, alecrim e sálvia eram maceradas e auxiliavam na produção de águas aromáticas. Segundo Corazza (2002), nesse século, muitos óleos essenciais foram destilados, como os de amêndoas amargas, arruda, canela, sândalo, rosa, entre outros.
Além disso, de acordo com Corazza (2002), em 1563, o doutor Giovanni Battista, publicou o trabalho "líber de distillatione" para especificar os óleos carreadores, os óleos essenciais e os métodos de separação dos óleos essenciais das aromáticas águas destiladas. Durante os séculos XVI e XVII, houve grande expansão na comercialização dos óleos essenciais na terapêutica de várias enfermidades.
Segundo Rose (1996), avançando no tempo, Paul Belaiche e Jean Claude Lapraz, médicos franceses renomados, foram responsáveis pela descoberta e pela análise clínica que permitiu destacar que os óleos essenciais continham propriedades antivirais, antibacterianas, antifúngicas e anti-sépticas, sendo também poderosos oxigenadores com habilidades de agir como agentes carreadores na condução de nutrientes para células do corpo.
No mundo atual
Hoje, a utilização da aromaterapia é reconhecida como uma terapia complementar e tem recebido destaque em países ocidentais tanto desenvolvidos, quanto em desenvolvimento. Também, esse suporte terapêutico é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde e oferecido no Brasil, pelo SUS, com profissionais qualificados.
Afinal, como ela funciona no nosso corpo?
São substâncias que potencializam o equilíbrio das nossas emoções e melhoram o bem-estar físico e mental. Pode-se dizer que atuam de modos muito diversos no organismo e podem ser absorvidas por meio da inalação pelas vias aéreas ou por uso tópico. Quando elas são inaladas, por exemplo, uma parte do óleo essencial ativa o Sistema Nervoso Central, levando o estímulo ao Sistema Límbico, responsável pela nossa memória, emoção, sexualidade, impulsos e reações instintivas; outra parte trafega pelo sistema respiratório e chega à corrente sanguínea.
É possível usar a aromaterapia para o controle da ansiedade?
Sim, é possível. A ansiedade é um estado emocional com traços psicológicos, fisiológicos e até sociais, compondo as experiências da vida humana. Quando assume um caráter patológico e mais prejudicial ao indivíduo, pode comprometer o desempenho profissional, intelectual e interpessoal, logo, isso culmina em geração de medo, insegurança e alteração dos estados de vigília e alerta. A aromaterapia intervém nesse contexto, promovendo um estado psíquico e emocional mais relaxado.
Um dos mais utilizados é o óleo essencial de lavanda, que ajuda a acalmar, auxilia nos problemas relacionados à saúde mental e à ansiedade. Combate, também, a insônia, os distúrbios depressivos, as dores de cabeça e os focos de tensão muscular.
Portanto, conhecer mais sobre essa arte e terapêutica é poder caminhar por um universo muito mais amplo de descobertas e de ajuda para a manutenção de uma melhor qualidade de vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PRICE, SHIRLEY. Aromaterapia para doenças comuns. Editora Manole Ltda, 1999.
GNATTA, Juliana Rizzo; DORNELLAS, Eliane Vasconcellos; SILVA, Maria Júlia Paes da. O uso da aromaterapia no alívo da ansiedade. Acta Paulista de Enfermagem, v. 24, n. 2, p. 257-263, 2011.
BRITO, A. M. G. et al. Aromaterapia: da gênese a atualidade. Revista Brasileira de plantas medicinais, v. 15, n. 4, p. 789-793, 2013.
ROSE, J. O livro de aromaterapia. Rio de Janeiro: Campus, 1996.
MILLER, R.A.I. A utilização ritual e mágica dos perfumes. Rio de Janeiro: Record, 1991.
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