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PRESS RELEASE: A HISTÓRIA DA MEDICINA NO COMBATE ÀS INFECÇÕES (parte 2)

  • Foto do escritor: Jornal A Sístole
    Jornal A Sístole
  • 8 de out. de 2020
  • 3 min de leitura


Por Luisa Erthal

No post anterior, vimos que a descoberta da vacinação e a adoção de práticas médicas higiênicas representaram passos fundamentais para a medicina no combate às doenças infecciosas. Outros dois avanços muito importantes foram: o início das estratégias de saneamento básico e a descoberta dos antimicrobianos.


SANEAMENTO BÁSICO

No século XIX, as doenças transmitidas pela água eram um grande risco à saúde pública no Ocidente. Com a teoria dos miasmas dominando o pensamento científico, acreditava-se que as forças miasmáticas poluíam rios e poços.


Em 1854, os moradores do bairro Soho, em Londres, começaram a adoecer, apresentando uma diarreia branca e aquosa em volumes absurdos. Cada pessoa infectada podia excretar até 20 litros de matéria fecal por dia, tudo isso sendo despejado nas fossas entre as casas apertadas. Foi nesse cenário que o Dr. John Snow, um médico britânico, começou a suspeitar que o cólera era transmitido pela água. Ele começou a entrevistar moradores do bairro e mapear os casos de cólera e as mortes. Assim, o médico percebeu que todas as vítimas tinham bebido da mesma água na bomba da Broad Street. Snow, então, começou a procurar padrões entre quem tinha adoecido e quem tinha escapado da doença, usando a lógica para identificar a origem da epidemia. Seu trabalho levou à desativação da bomba de Broad Street e à descoberta de que uma fossa próxima estava contaminando o suprimento de água do bairro. O trabalho de John Snow foi o primeiro estudo epidemiológico da história.


Como resultado, começaram a utilizar cloro para desinfetar o suprimento de água da bomba de Broad Street e os métodos de cloração da água começaram a ser empregados em Londres. No fim do século XIX, o saneamento da água já era um hábito generalizado e a cloração tornou-se um procedimento padrão nas estações de tratamento de água de toda a Europa.


A DESCOBERTA DOS ANTIMICROBIANOS

Em seu laboratório no hospital St. Marys, em Londres, Alexander Fleming descobriu acidentalmente a penicilina. O médico, que já havia tratado soldados feridos durante a Primeira Guerra Mundial, retornou ao Reino Unido ao fim do conflito e começou a trabalhar em curativos de ácido fênico para as feridas dos combatentes. O problema era que o ácido fênico, um dos primeiros antissépticos descobertos, só tratava infecções superficiais e as feridas profundas continuavam inflamando sem resolução.


Em 1928, quando investigava Staphylococcus, bactérias causadoras de furúnculos e infecções na garganta, o médico notou algo de estranho em suas placas de Petri. Ele tinha tirado férias por um período e, quando retornou para sua bancada, observou que muitas culturas bacterianas tinham sido tomadas por fungos. Em uma, em particular, em volta de um pedaço tomado pelo fungo Penicillium, havia um alo claro, um espaço livre das colônias de Staphylococcus que cobriam o restante da placa. O fungo tinha liberado uma espécie de líquido que matava as bactérias ao seu redor. Esse líquido era a penicilina.


Após uma equipe da Universidade de Oxford, liderada pelo farmacologista Howard Florey, conseguir isolar a penicilina líquida, em 1944, a substância começou a ser produzida nos EUA em quantidades suficientes para atender os soldados que retornavam da invasão do dia D da Segunda Guerra na Europa. No ano seguinte, Fleming, Florey e mais um membro da equipe de Oxford, sir Ernst Boris Chain, receberam o prêmio Nobel da Medicina pela descoberta da penicilina. Com a descoberta do primeiro antibiótico, arranhões e escoriações simples, que antes representavam altas chances de morte por infecções, agora se tornaram machucados facilmente resolvíveis e uma série de novos antibióticos começou a ser produzida.


A descoberta da vacinação, a adoção de práticas médicas higiênicas, a disseminação do saneamento básico e a descoberta dos antimicrobianos foram feitos fundamentais na história do combate da medicina às infecções. No século XXI, com o ranking das principais causas de morte no mundo dominado pelas doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e obesidade, as infecções são um desafio relativamente controlado pela medicina.


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BIBLIOGRAFIA:

Livro “10% humano”, autora Alanna Collen

 
 
 

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