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PRESS RELEASE: A HISTÓRIA DA MEDICINA NO COMBATE ÀS INFECÇÕES (parte 1)

  • Foto do escritor: Jornal A Sístole
    Jornal A Sístole
  • 1 de out. de 2020
  • 4 min de leitura

Por Luisa Erthal


Em 1900, a expectativa de vida média na Europa era de aproximadamente 30 anos. Em 2015, mais de 100 anos depois, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a média de anos que uma pessoa poderia esperar viver já passava dos 77 anos.


Ao longo da história da humanidade, um dos principais desafios que a medicina precisou enfrentar para garantir a longevidade da população foi o combate às infecções por micro-organismos. Bactérias, vírus e outros patógenos já causaram estragos tão grandes nas vidas humanas quanto as piores guerras, terremotos e outros eventos naturais ou artificiais.


Em especial, quatro grandes acontecimentos marcaram a história da medicina contra as infecções:

- a descoberta da vacinação

- a adoção de práticas médicas higiênicas

- o saneamento básico

- a descoberta dos antimicrobianos.


Que tal darmos uma olhada nesses capítulos da história da medicina?

A DESCOBERTA DA VACINAÇÃO

A varíola atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos. Com os primeiros relatos da doença na época do faraó egípcio Ramsés II (reinado de 1279 a 1213 a.C), no século XVIII, a doença ainda contabilizava cerca de 50 milhões de casos anuais.


Em 1796, Edward Jenner, médico britânico, percebeu que as vacas estavam protegidas do vírus da varíola por terem sido infectadas por cepas bovinas do mesmo vírus, uma variante mais branda do que a humana. Jenner, então, pensou que talvez o pus das feridas de uma vaca contaminada pelo vírus poderia transmitir aquela proteção se fosse injetado em humanos. Sua primeira cobaia foi um menino de 8 anos, James Phipps, filho do seu jardineiro. Depois de inocular a variante bovina em Phipps, Jenner realizou duas tentativas de infectá-lo com o vírus da varíola humana, injetando no menino pus retirado de uma ferida da doença. O médico não conseguiu provocar a infecção em Phipps, constatando que a injeção do pus da vaca com a variante bovina da varíola havia o imunizado, mesmo contra o vírus que atingia humanos.


A descoberta de Jenner consistiu em um dos feitos mais importantes da história da medicina: a vacinação. Desde então, muitas doenças infecciosas como o sarampo e a rubéola tiveram seus casos extremamente reduzidos nos países desenvolvidos. Após sucessivas campanhas de vacinação em diversos países, a varíola, em especial, foi erradicada mundialmente na década de 1980.


A ADOÇÃO DE PRÁTICAS MÉDICAS HIGIÊNICAS

No final do século XIX, os micróbios dominavam os ambientes hospitalares por todo o Ocidente. As enfermarias viviam lotadas de doentes, feridas ficavam expostas em putrefação e os jalecos dos profissionais de saúde viviam cobertos de sangue. Os ambientes eram completamente insalubres. A comunidade científica acreditava que as infecções eram causadas por “miasmas”, uma névoa tóxica que se originava na matéria em decomposição ou na água poluída; uma força intangível, que estava além do controle de médicos e enfermeiros. Se os miasmas não podiam ser transmitidos por contato físico, que sentido fazia higienizar os ambientes e utensílios hospitalares? Apesar de os micro-organismos já terem sido descobertos, a correlação entre eles e as infecções ainda não tinha sido estabelecida.


As parturientes estavam entre os grupos que mais sofriam: em 1840, até 32% das mulheres que davam à luz em hospitais na Europa acabavam morrendo. Nesse contexto, um jovem obstetra húngaro, Ignaz Semmelweis, trabalhando no Hospital Geral de Viena, começou a observar que mulheres que tinham seus partos realizados por médicos tinham maiores chances de ir a óbito do que aquelas que eram atendidas por parteiras; era a chamada “febre puerperal”. Semmelweis não sabia explicar essa diferença, até que um colega médico, Jakob Kolletschka, morreu em 1847 depois de ser acidentalmente cortado pelo bisturi de um médico durante uma cirurgia. Curiosamente, a causa da morte era a mesma que a das parturientes: febre puerperal.


Mas como um médico poderia adoecer pelo contato com um instrumento cirúrgico pela mesma causa que uma mulher dando à luz? Semmelweis não tinha noção de como isso acontecia, mas sabia que naquela época os profissionais de saúde costumavam se lavar com solução de hipoclorito de cálcio ao final do expediente. Ele, então, instituiu uma política segundo a qual os médicos tinham que lavar as mãos com a substância entre os atendimentos. Após um mês, a taxa de mortalidade nos procedimentos realizados por médicos havia despencado, se igualando às taxas das parteiras.


A despeito do ceticismo que as ideias de Semmelweis provocaram na comunidade científica, em 1861, Louis Pasteur desenvolveu a teoria dos germes como causadores de doenças, ao invés dos miasmas. Em 1884, sua teoria foi provada pelos experimentos do médico alemão Robert Koch, que ganhou o prêmio Nobel pelo feito. A assepsia das mãos, então, passou a ser adotada por cirurgiões em toda a Europa e as práticas higiênicas começaram a se tornar norma no continente.

A descoberta da vacinação por Edward Jenner e a adoção dos procedimentos médicos higiênicos com base nos achados de Ignaz Semmelweis, Louis Pasteur e Robert Koch contribuíram imensamente para o avanço da medicina contra as doenças infecciosas. Na próxima semana falaremos sobre outros dois marcos da história da medicina! Fique ligado!

BIBLIOGRAFIA:

Livro “10% humano”, autora Alanna Collen

 
 
 

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