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Por que ouvimos música?

  • Foto do escritor: Jornal A Sístole
    Jornal A Sístole
  • 21 de set. de 2022
  • 3 min de leitura

por Isadora Santana e Orlando D. Canichio


Já parou para pensar por que nós, seres humanos, gostamos tanto de música? Aprendemos a tocar instrumentos musicais, estamos sempre cantarolando alguma canção na nossa cabeça e fazemos com que atividades não tão legais, como fazer faxina, se tornem mais agradáveis ao ligar o som. Enfim, tornamos a música parte importante da vivência do nosso cotidiano, porém, quais as razões para isso?

Responder essa pergunta é um tanto quanto desafiador. Afinal, a música, assim como qualquer outra expressão artística, tem na base de sua apreciação a subjetividade. E a arte não é explicada, é sentida; No entanto, a neurociência é capaz de nos fazer entender o porquê de o nosso cérebro responder de forma tão positiva aos estímulos musicais.


1. Ouvir música é prazeroso

A ativação do sistema de recompensa, responsável pela sensação de prazer, ocorrepor diversos fatores, principalmente aqueles relacionados com a sobrevivência, como se alimentar e se reproduzir. Apesar de não ser considerada essencial para sobreviver, as canções também são um estímulo capaz de gerar essa ativação. Um estudo realizado em 2010 pelo Instituto de Neurologia de Montreal, no Canadá, demonstrou um aumento da liberação de dopamina (neurotransmissor relacionado ao prazer), por meio de exames de imagem, enquanto os pacientes estudados ouviam suas músicas favoritas.


2. A música é capaz de alterar nossas emoções

Diversos fatores que compõem as músicas estão relacionados com a alteração das nossas emoções. Seja pela identificação com as letras, pela evocação de memórias ou, até mesmo, pela construção e ordem dos acordes. Um fato já consolidado, por exemplo, é de que o nosso cérebro tende a interpretar os acordes maiores como sons alegres e, os menores, como tristes. Além disso, a música é capaz de potencializar o que já estamos sentindo. Se estamos tristes e ouvimos aquela música da Taylor Swift, vamos ainda mais para o fundo do poço, e o contrário também ocorre: se estamos felizes, comemorando e celebrando algo, ao ouvirmos uma canção animada, ficamos ainda mais eufóricos.


3. As melodias como instrumento terapêutico

Uma modalidade que vem ganhando notoriedade como forma de tratamento não farmacológico é a musicoterapia, realizada por um profissional capacitado, o musicoterapeuta. O especialista precisa adquirir conhecimento de diversas áreas, como teoria e performance musical, psicologia, anatomia e especialidades médicas como a neurologia e psiquiatria. Esse método, registrado pela primeira vez a partir das duas Grandes Guerras, entrou para a classificação das Intervenções de Enfermagem – Nursing Intervention Classification (NIC), buscando promover uma assistência holística, que atenda aos aspectos físicos, emocionais e sociais do paciente.

Assim, desde aqueles momentos de descontração que ouvir música nos proporciona, até uma ciência em saúde com diversos estudos que atestem sua eficácia terapêutica, nós convivemos com essa estimulação sonora desde antes de nascermos. Cada um tem sua preferência de gênero musical e como encaixá-lo nas situações do cotidiano - estávamos, inclusive, ouvindo música enquanto escrevíamos este texto.


REFERÊNCIAS

De Cunto Taets, Gunnar Glauco; Rejane Mendes Barcellos, Lia MÚSICA NO COTIDIANO DE CUIDAR: UM RECURSO TERAPÊUTICO PARA ENFERMAGEM Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, vol. 2, núm. 3, julio-septiembre, 2010, pp. 1009-1016 Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Brasil.

Salimpoor VN, Benovoy M, Larcher K, Dagher A, Zatorre RJ. Anatomically distinct dopamine release during anticipation and experience of peak emotion to music. Nat Neurosci. 2011 Feb;14(2):257-62. doi: 10.1038/nn.2726. Epub 2011 Jan 9. PMID: 21217764.

Trimble M, Hesdorffer D. Music and the brain: the neuroscience of music and musical appreciation. BJPsych Int. 2017;14(2):28-31. Published 2017 May 1. doi:10.1192/s2056474000001720.

Zatorre RJ. Why Do We Love Music?. Cerebrum. 2018;2018:cer-16-18. Published 2018 Nov 1.


 
 
 

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