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Entrevista: Terapias à base de luz e as sequelas pós COVID-19

  • Foto do escritor: Jornal A Sístole
    Jornal A Sístole
  • 25 de set. de 2022
  • 3 min de leitura

Mediação: Luiza Rangel e Julia Rocco


A pandemia da COVID-19 resultou em mais de 30 milhões de casos dessa doença no Brasil e em milhares de mortes. E ainda, diferentes pacientes relatam sequelas de diversos tipos após a infecção. Com isso, a Iniciação Científica “Uso da fotobiomodulação no tratamento da fadiga relacionada à síndrome pós-COVID”, coordenada pela professora de anatomia Vivian Souza, com a participação da fisioterapeuta do Hospital Público Municipal, Juliana Mendonça, e do acadêmico do 12o período do curso de Medicina, Bruno Sant’ana Costa, utiliza e pesquisa a ação da técnica de fotobiomodulação no tratamento de sequelas em pacientes que tiveram COVID-19. Dessa forma, sabendo da importância dessa questão, o Jornal "A Sístole" convidou Juliana Mendonça, pesquisadora do projeto, para responder algumas perguntas.



1) Baseando-se em suas vivências e prática profissional, quais são as sequelas mais comuns que você tem percebido nos pacientes pós COVID-19?

"No decorrer da pesquisa, durante as avaliações, grande parte dos pacientes queixam-se de: distúrbios de memória e de cognição; dores musculares difusas, predominantemente, na região lombar; alterações de olfato e de paladar; alterações circulatórias e fadiga."


2) Muito tem se discutido e estudado sobre terapias que possam amenizar ou resolver essas sequelas da doença causada pela COVID-19. Você poderia explicar sobre como funciona a técnica da biofotomodulação e qual o seu objetivo?

"A fotobiomodulação, também conhecida como terapia a laser de baixa intensidade, consiste na aplicação de luz nos tecidos biológicos através de um aparelho emissor de laser ou led que emite diferentes comprimentos de onda, cada um com uma finalidade específica. No caso do projeto com os pacientes pós-covid, estamos utilizando laser, no espectro de onda vermelho e infravermelho que atingem diferentes profundidades nos tecidos e têm ação terapêutica. A laserterapia é amplamente utilizada na saúde, em diversas patologias e com vasto embasamento científico. Através da emissão da luz, há uma interação com os tecidos biológicos, a qual promove a transformação da energia luminosa em energia química nas células absorvedoras da luz (cromóforos). Tal transformação promove respostas celulares imediatas e a longo prazo no organismo, tais como: efeito anti-inflamatório, analgésico através da produção e liberação de endorfinas e na mediação da mensagem da dor, ação cicatrizante por acelerar o metabolismo celular e otimizar fatores de reparação tecidual, restabelecimento energético a nível celular com maior produção de ATP, ação antioxidante, estimula a microcirculação vascular e linfática; melhora na performance muscular.

O objetivo do laser em pacientes pós - COVID-19 é promover diminuição da inflamação causada pelo vírus SARS-CoV 2; regenerar células olfatórias que foram lesionadas na fase aguda da doença através da estimulação da sinaptogênese, fornecer energia necessária para que as células neuronais a nível cerebral possam voltar ao seu estado de funcionamento normal através do fornecimento de maior energia aos neurônios e liberação de antioxidantes."


3) Existe alguma contraindicação ou restrição para o emprego dessa terapia?

"Sim. As contraindicações absolutas são:

● Irradiação no pescoço em pacientes com hipertireoidismo

● Epilepsia

● Irradiação direta na retina

● Gestantes: região abdominal e intravaginal

● Cosméticos contendo fotossensibilizadores (creme bronzeadores)


Precauções:

● Febre e doenças infecciosas

● Doenças hematológicas

● Neuropatias

● Região das gônadas

● Neoplasias malignas"


4) Muitos pacientes têm apresentado queixas da persistência de alguns sintomas mesmo após a recuperação da COVID-19. Existe algum tempo estabelecido ou sinal de alarme para que essas pessoas busquem ajuda para reabilitação?

"O tempo de persistência de alguns sintomas pode perdurar em torno de 6 meses a 1 ano. O ideal é o paciente procurar auxílio médico sempre que esses sintomas estiverem afetando diretamente sua qualidade de vida e atividades de vida diária."


5) Esses modelos de terapias podem ter aplicação em outras condições além da COVID-19?

"Sim. A fotobiomodulação tem uma vasta gama de patologias com benefícios comprovados cientificamente. Desde comprometimentos estéticos, ortopédicos e emocionais a neurológicos."


6) Você poderia compartilhar com a gente como tem sido a experiência do projeto no Centro de Acolhimento e Reabilitação Pós-COVID (CARP) no município de Macaé? Além disso, como as pessoas podem se inscrever para participar da terapia?

"O projeto foi iniciado em abril do ano de 2022 e estamos na fase final de conclusão. Trata-se de um projeto de pesquisa científica que utiliza a laserterapia, aprovado pelo comitê de ética nacional utilizando humanos, e os resultados ainda não foram analisados, porque alguns pacientes ainda se encontram sob a terapêutica. Dois grupos de pacientes participam da pesquisa (um grupo que realiza a fotobiomodulação e um que não realiza), sendo assim, ao final da terapia e após atingirmos o “N” requerido, os resultados serão comparados e, adiante, publicaremos o artigo científico onde toda pesquisa e seus resultados serão divulgados.

Para se inscrever, basta procurar o CARP no Centro de Reabilitação Dona Sid ao lado do Centro de Especialidades Dona Alba, todas as quintas-feiras à tarde, levando um comprovante de exame de COVID-19 positivo e procurar por Juliana ou Bruno, pesquisadores do projeto. Também estamos selecionando acadêmicos que queiram participar e realizar Iniciação Científica."

 
 
 

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