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ENTREVISTA: NOVEMBRO AZUL com Dr. MARCUS MEDEIROS

  • Foto do escritor: Jornal A Sístole
    Jornal A Sístole
  • 22 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Mediada por Cíntia Reis e Francilia Paes Barreto


Drº: Marcus Vinicius Verardo de Medeiros.

Professor de Urologia UFRJ-Macaé

Médico do Serviço de Urologia do Hospital Universitário da UFRJ

Membro do Departamento de Infecção da SBU



Em 2003, surgiu em Melbourne, na Austrália, a campanha “Novembro Azul” a partir da iniciativa de dois amigos, Travis Garone e Luke Slattery. Eles estavam em um pub e decidiram associar a imagem do bigode à conscientização da saúde masculina. Então, escolheram o mês de Novembro para deixar o bigode crescer, pois no dia 17, já se comemorava o Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata. O “Novembro Azul” chegou ao Brasil em 2008, trazido pelo Instituto “Lado a Lado pela Vida” em conjunto com a Sociedade Brasileira de Urologia, tendo como lema da sua primeira campanha “Um Toque, Um Drible”, de modo a criar consciência sobre o câncer de próstata, derrubar o preconceito e incentivar os homens a se consultarem e a fazerem o exame quando necessário. Por esse motivo, o Jornal “A Sístole” convidou o médico urologista e professor Marcus Vinícius Verardo de Medeiros para responder algumas dúvidas dos nossos leitores.


1- O mês de Novembro é dedicado a conscientização em relação à saúde masculina, dando maior ênfase ao câncer de próstata. Dessa maneira, qual a importância desta data, do ponto de vista da prevenção à saúde?

“O Câncer de Próstata é o tumor mais prevalente nos homens brasileiros, sendo responsável pela segunda causa de óbitos de origem oncológica nesta população. O mês de novembro foi escolhido para ser o marco de uma campanha anual de conscientização da população masculina sobre a detecção precoce da doença.”


2- Sabemos que no Brasil ainda existe uma grande parcela da população masculina que não procura atendimento com o urologista, devido a desinformação ou preconceito. A que o Sr. atribui essa realidade?

“Preconceito e desinformação são companheiros inseparáveis. Quando se investe no conhecimento e na importância de determinado tema, consegue-se inverter esta lógica. É bem verdade que sempre houve algum grau de resistência ao exame digital da próstata, contudo é uma realidade que tem ficado para trás nas últimas duas décadas. É perceptível o aumento da procura em nossos consultórios e ambulatórios. As campanhas que se sucederam nesses anos, incluindo o “Novembro Azul”, descortinaram os panos do preconceito sob muitos aspectos. É de grande relevância também destacar o papel das mulheres que incentivam seus maridos e familiares à busca pela saúde.”


3- Segundo dados do INCA 2019, o câncer de próstata é o segundo mais frequente a acometer os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele. Dessa forma, o câncer de próstata em seu estágio inicial apresenta sinais e sintomas?

“Considerando-se que 99% dos cânceres de pele são não-melanoma e possuem baixa letalidade, o câncer de próstata assume um papel de protagonismo, por assim dizer, na cena oncológica brasileira. O tipo mais comum é o adenocarcinoma prostático e é determinante que se frise que só haverá sintomatologia quando houver avanço da doença. Logo, o tumor inicial de próstata é assintomático, o que aumenta a importância de uma avaliação precoce.”


4- O estilo de vida dos indivíduos interfere nas chances de desenvolvimento do câncer prostático? Quais atitudes preventivas podem ser tomadas?

“Os principais fatores de risco para a doença giram em torno de idade, hereditariedade e etnia (2 vezes mais comum em indivíduos de ascendência negra), tendo os fatores comportamentais pouca influência epidemiológica.”


5- A partir de qual idade os homens devem iniciar os exames de rotina? Quais são os mais recomendados?

“Como dito, a prevalência aumenta com a idade, portanto recomenda-se que os homens acima de 50 anos e os homens acima de 45 anos com história familiar procurem seu Urologista. Para avaliação inicial, a dosagem sérica do Antígeno Prostático Específico (PSA) e o exame digital da próstata, conhecido como toque retal prostático, são suficientes.”


6- O senhor acredita que a pandemia pelo Coronavírus e o consequente isolamento social contribuíram para que muitos pacientes tenham deixado de realizar exames preventivos, buscar auxílio médico ou até mesmo abandonado seus tratamentos?

“Ainda carecemos de dados estatísticos concretos, porém, o que se observa é que de fato houve uma postergação de consultas ditas preventivas. Isto ocorreu principalmente nos meses de pico da epidemia, o que provavelmente não trouxe prejuízos significativos em casos de detecção precoce.”


7- Quais conselhos o Sr. daria aos nossos leitores?

“Mantenham-se vigilantes acerca do câncer de próstata tanto para si quanto estimulando seus amigos, familiares e outros pacientes a fazerem a avaliação prostática com um Urologista. Divulguem sempre a campanha publicitária e esclareçam a importância do assunto.”


A equipe do Jornal "A Sístole" agradece ao Dr Marcus pela disponibilidade e confiança no nosso trabalho.

 
 
 

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