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ELUCIDANDO TERMOS: PESQUISA EXPERIMENTAL E PESQUISA CLÍNICA

  • Foto do escritor: Jornal A Sístole
    Jornal A Sístole
  • 22 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura


Por Karine Corrêa


No atual cenário de pandemia muito se tem falado sobre as alternativas de tratamento para a COVID-19. Especulações envolvendo o uso da cloroquina foram amplamente divulgadas no Brasil, sendo que a eficácia desse medicamento no tratamento da COVID-19 é questionável. Mas, afinal, como se sabe se um medicamento é eficaz ou não?

POR MEIO DA PESQUISA CIENTÍFICA!

Antes de chegar às farmácias e aos hospitais, um medicamento precisa ser testado, passando por algumas etapas.


PESQUISA EXPERIMENTAL Também chamada de fase pré-clínica, a pesquisa experimental ocorre laboratorialmente. Inicialmente o medicamento em questão será testado sem o uso de animais (in vitro) e com o uso de animais (in vivo). Nessa etapa os pesquisadores avaliam se a substância é segura, como ela alcança o organismo e como ela age. Os testes em animais são feitos utilizando várias espécies – como camundongos, ratos e coelhos –, simulando como o fármaco agiria no organismo. O fato de o medicamento funcionar em animais não significa que ele funcionará em humanos, pois são espécies diferentes, com peculiaridades diferentes. Isso significa, apenas, que é uma substância que vale a pena fazer mais estudos sobre. Órgãos regulatórios e comitês de ética em pesquisa decidem se o medicamento pode ir para a próxima fase: a PESQUISA CLÍNICA.


PESQUISA CLÍNICA Na pesquisa clínica são feitos estudos científicos que envolvem seres humanos, com o objetivo de avaliar se o fármaco é seguro e eficaz no tratamento da doença. Ela tende a ser dividida em quatro fases:

Fase I – Inicialmente o medicamento é testado em um pequeno grupo de pessoas saudáveis avaliando doses, via de administração e a segurança.

Fase II – Nessa etapa um grupo reduzido de pessoas com a doença estudada é testado. Observa-se se o medicamento é eficaz como forma de tratamento, além de outros pontos como dosagem e segurança. Muitos fármacos são reprovados nessa fase.

Fase III – Se identificada a eficácia do tratamento em um pequeno grupo, os testes são ampliados para um grande número de pessoas com a doença, comparando o medicamento testado com outros disponíveis (ou placebo, caso não haja tratamento conhecido). É avaliado o risco/benefício e a maioria dos dados que estão na bula do medicamento são obtidos nessa etapa. A partir da análise dos resultados dessa fase as autoridades sanitárias decidem se o fármaco deve ou não ser aprovado.

Fase IV – Sendo o medicamento aprovado para comercialização são feitos testes de acompanhamento, o que é essencial para descobrir efeitos colaterais e fatores de risco não observados antes.


Assim fica claro que os pesquisadores precisam levantar vários dados para garantir que o medicamento oferecido é seguro e eficaz. Esse processo é longo e demanda investimentos, mas garante que estamos recebendo um fármaco que funcione. Além disso, cabe ressaltar que por mais que um medicamento já exista no mercado, como é o caso da cloroquina, ele ainda precisa passar por esses testes para garantir a eficácia no tratamento de uma nova doença tal qual a COVID-19.


Referências: Centro de pesquisa clínica (CPC). Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas. LOPES, Renato D.; HARRINGTON, Robert A. Compreendendo a pesquisa clínica. AMGH Editora, 2015. PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia de pesquisa: abordagem teórico-prática. 10ª edi. Ver. E atual. Campinas, SP, 2004.

 
 
 

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