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CONHECENDO AS ESPECIALIDADES: RADIO-ONCOLOGIA

  • Foto do escritor: Jornal A Sístole
    Jornal A Sístole
  • 27 de out. de 2020
  • 3 min de leitura


Com Dr. Gabriel Mussi

Por Leandro Oliveira



Dando sequência ao quadro “Conhecendo as Especialidades Médicas”, o Jornal “A Sístole” convidou o Dr. Gabriel Mussi, especialista em radio-oncologia pela PUC-RJ, para compartilhar suas visões e experiências sobre a área. Além de radioterapeuta, o Dr. Gabriel também é especialista em cuidados paliativos pelo Instituto Israelita Albert Einstein, médico do Instituto de Oncologia de Macaé, Hospital São João Batista de Macaé e Prefeitura de Rio das Ostras e parte da Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital São João Batista de Macaé.


Raio-X da especialidade:

● Também conhecida como radioterapia, é a especialidade médica focada no tratamento oncológico e de certas doenças não neoplásicas utilizando radiação ionizante.

● Atua no cenário ambulatorial e, em menor escala, hospitalar, havendo grande interação e integração com outros profissionais da área da oncologia, como oncologistas clínicos e cirurgiões oncológicos, integrando a equipe multidisciplinar.

● Duração dos programas dem residência: 3 anos, acesso direto.

● Há 37 programas de residência registrados em todo o Brasil + cursos de pós-graduação.

● Curiosidade: em 1914, foi fundado o Instituto de Radium e Eletrologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, instituição pioneira na radioterapia brasileira e que, futuramente, pertenceria à UFRJ.

1- Como foi seu processo de escolha pela radio-oncologia?

R: A escolha da especialidade é mais difícil que a decisão pela graduação. Eu, como muitos, fiquei bem indeciso até a formação. Pensei em fazer cirurgia, depois anestesiologia, no dia a dia dos plantões me aproximei da clínica e sempre tive grande desejo de cuidar de pacientes com câncer, uma atração por ajudar aqueles que sofrem e são muito marginalizados devido à nossa dificuldade em lidar com o sofrimento. Foi quando fui convidado por um amigo para passar uns dias acompanhando a equipe de radioterapia na qual ele se especializava e me apaixonei pela radioterapia. Para mim foi um grande desafio, pois misturava a medicina com a física, me vi entre a doença, cálculos e medidas, descobri uma nova medicina que nunca havia tido contato durante o período da graduação.


2- Como é o seu dia a dia na especialidade? Qual é o nível de interação do radioterapeuta com outros profissionais da equipe multidisciplinar de cuidado ao paciente oncológico?

R: O dia a dia do radio-oncologista varia entre as consultas, o planejamento do tratamento através dos exames de imagem (tomografia e ressonância) e o acompanhamento do paciente no aparelho (acelerador linear) durante as aplicações. Trabalhamos lado a lado com o físico médico, responsável pelos cálculos das doses de radiação a serem aplicadas, o técnico de radioterapia, que é responsável pelo posicionamento adequado do paciente e opera o acelerador linear e com a enfermagem, que auxilia no acompanhamento dos pacientes no controle dos efeitos colaterais. Também trabalhamos de forma conjunta com os oncologistas clínicos e cirurgiões oncológicos no planejamento do tratamento, de acordo com os protocolos estabelecidos para cada doença, assim como no tratamento da dor em lesões metastáticas ósseas e sangramento em lesões cutâneas ulceradas.


3- O que você julga ser necessário ou importante para quem busca se tornar um radioterapeuta?

R: O médico precisa gostar de exames de imagens, fazer as pazes com os cálculos, saber trabalhar em equipe e, acima de tudo, gostar de cuidar de pessoas.


4- Como você enxerga o cenário atual da radio-oncologia no Brasil e as perspectivas futuras?

R: O Brasil vive uma grande carência de serviços de radioterapia, sendo assim o mercado de trabalho encontra-se com poucas oportunidades, mas tenho esperança que teremos investimento para implantação de novos serviços. Ainda assim, o avanço tecnológico possibilitou outras frentes com técnicas de alta precisão como a radiocirurgia e a radioterapia estereotáxica, possibilitando o tratamento de lesões pequenas com altas doses, o que expandiu um pouco o mercado.


5- Quais dicas você poderia dar para estudantes de medicina que buscam se especializar na área?

R: A parte mais importante na radio-oncologia é a qualidade de vida do paciente. Pensem sempre na segurança do seu paciente e de sua equipe e não permitam que a parte técnica esteja acima do cuidado humano, a técnica e o cuidado devem seguir lado a lado!


6- Existe alguma recomendação para programas de residência ou de pós-graduação que gostaria de compartilhar?

R: A formação mais bem vista é a residência. Quando o aluno tem interesse, sua qualidade técnica importa mais do que o lugar de formação.


7- Gostaria de deixar alguma mensagem aos leitores?

R: A maioria das doenças oncológicas são curadas quando diagnosticadas precocemente. Câncer não é sinônimo de tristeza e morte, a maioria dos pacientes recebe alta e vive feliz. Por isso, façam sempre os exames preventivos de rotina.

“O Jornal “A Sístole” agradece a contribuição e a solicitude do Dr. Gabriel Mussi.”

 
 
 

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