ASSASSINOS EM SÉRIE NO BRASIL
- Jornal A Sístole
- 26 de ago. de 2021
- 4 min de leitura

Autora: Luisa Erthal
Lázaro Barbosa, 32 anos, foi morto pela polícia na manhã do dia 26 de junho de 2021, uma segunda feira, em Águas Lindas de Goiás (GO). A procura pelo criminoso envolveu mais de 270 policiais desde o dia 9 de junho, com um aparato digno de filme: helicópteros, dezenas de viaturas, drones e cães farejadores. Durante 20 dias, o criminoso deixou rastros de destruição por áreas do Distrito Federal e Goiás, como casas e carros incendiados e pessoas assassinadas, aterrorizando a população local e espalhando indignação pelo país. A história do assassino de naturalidade baiana ganhou notoriedade na mídia em abril de 2021, depois que ele invadiu uma chácara em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, e golpeou um idoso com um machado, após fuga da prisão.
Aos 20 anos, Lázaro respondia por um homicídio na cidade natal, Barra Mendes (BA). Em 2011, foi condenado por estupro e roubo. Em 2018, preso por homicídio qualificado, porte ilegal de arma de fogo, roubo e estupro, tendo fugido do encarceramento alguns meses depois. Desde então, passou a ser procurado no Distrito Federal e em Goiás. Em abril de 2021, Lázaro também é suspeito de invadir uma casa, no Distrito Federal, tendo supostamente trancado pai e filho em um quarto e estuprado a mãe. Outros crimes envolvem um assassinato contra quatro pessoas de uma mesma família em Ceilândia, DF e manutenção de outra família refém, em Cocalzinho, Goiás.
A sucessão de crimes não deixa dúvidas: trata-se de um assassino em série, em inglês, serial killer, um criminoso que mata três ou mais pessoas, em locais diferentes e com um intervalo de tempo entre eles. Lázaro, no entanto, está longe de ser o único criminoso em massa que o Brasil já conheceu. Acompanhando a comoção pública com o caso em questão, o jornal “A Sístole” traz para você a história de alguns outros assassinos em série que já assolaram o nosso país.
PEDRINHO MATADOR
Com 71 assassinatos em sua ficha criminal, fez mais de 100 vítimas, sendo preso em 1973 e condenado a mais de 400 anos de prisão. Foi um dos maiores assassinos em série da história do Brasil. Está em liberdade desde 2018, após ficar preso por 42 anos, supostamente morando com parentes em Minas Gerais.
MANÍACO DO PARQUE
Condenado por estupro e assassinato de 9 mulheres em São Paulo em 1998, foi preso e permanece até os dias atuais, podendo ser solto em 2028, mesmo que condenado a mais de 280 anos de prisão.
BANDIDO DA LUZ VERMELHA
Condenado por 4 assassinatos, 7 tentativas de homicídio e 77 assaltos em São Paulo, invadia mansões para roubar, atear fogo e aterrorizar os moradores, usando um lenço e uma lanterna vermelha. Foi preso em 1967, libertado em 1997 e assassinado em 1998.
VAMPIRO DE NITERÓI
Acusado de assassinar 14 garotos nas redondezas de Itaboraí, abusando sexualmente das vítimas, em 1991. Cumpre pena desde 1993.
EMASCULADOR DO MARANHÃO
Assassinou e estuprou 17 garotos e pré-adolescentes no Maranhão, cometendo emasculação (ato de extirpar a genitália externa masculina) em suas vítimas, no período de 1997 a 2004.
MANÍACO DE GOIÂNIA
Assassinava homens gays, prostitutas e pessoas em situação de rua, totalizando 35 homicídios em Goiânia, entre os anos de 2011 e 2014. Também praticou alguns assaltos, dentre eles a uma lotérica. Foi preso em 2014, tendo tentado suicídio no cárcere, sem sucesso.
OS SERIAL KILLERS SÃO PSICOPATAS?
Nem sempre. Para entender a psicologia dos assassinos em série, vamos tentar distinguir entre psicose e psicopatia. Psicose é uma doença mental que provoca alterações na noção de realidade do indivíduo, com ele vivendo em um mundo próprio e sofrendo delírios e alucinações visuais e auditivas. A forma mais conhecida de psicose é a esquizofrenia, sendo que apenas 10 a 20% dos assassinos em série são psicóticos. Em contrapartida, existe a psicopatia, que é uma condição na qual o indivíduo vê claramente a realidade, sabendo que é proibido matar, porém, possui alterações mentais que fazem com que seu comportamento seja frio e, principalmente, sem empatia. A pessoa possui uma vida dupla, muitas vezes se mostrando como gentil, racional e correta perante à sociedade, porém inescrupulosa, dissimulada e cruel com suas vítimas, obtendo satisfação com crimes de tortura, estupro e assassinato. Nesse segundo grupo se encaixam a maioria dos serial killers.
Os assassinos em série, contudo, podem não ser nem psicóticos nem psicopatas. Em todos os grupos, o comportamento pode ter origem em alterações mentais, heranças genéticas ou episódios de violência sofridos durante a infância ou adolescência, sendo fundamental o acompanhamento dos criminosos com psiquiatras e psicólogos especialistas no comportamento criminal.
"As emoções humanas são um presente de nossos ancestrais animais. Crueldade é um presente que a humanidade deu a si mesma” Hannibal Lecter
REFERÊNCIAS
GUIMARÃES, Rafael. O perfil psicológico dos assassinos em série e a investigação criminal. Revista da Escola Superior de Polícia Civil, Curitiba, PR, 2020. Disponível em: http://www.revistas.pr.gov.br/index.php/espc/edicao-2-artigo-5. Acesso em 11 de julho de 2021.
O QUE SE SABE SOBRE O CASO LÁZARO BARBOSA. Revista Gauchazh, 2021. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2021/06/o-que-se-sabe-sobre-o-caso-lazaro-barbosa-ckqh1gd5i003l0180rfq6xrk7.html. Acesso em 11 de julho de 2021.
PRUDENCIANO, Gregory. Brasil tem histórico de assassinos em série; relembre casos. CNN, 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/06/19/brasil-tem-historico-de-assassinos-em-serie-relembre-nove-deles. Acesso em 11 de julho de 2021.
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